Há pouco mais de uma semana atrás, respondia a uma pergunta que me foi feita pela amiga Lea Lobo (@lealobo) da revista Infra sobre a “efetividade” no aprendizado de nossas operações com esta pandemia de COVID-19, durante uma entrevista ao Infra FM Talks.
Em minha resposta, fui sincero ao expor a minha incerteza e ao mesmo tempo, a expectativa de que se tenha aprendido com tudo isto que estamos vivendo…
No meu humilde ponto de vista, esta pandemia ainda demonstra que a acomodação do ser humano e a sua “aposta” sobre irrisórias probabilidades de catástofres regionais ou mundiais está completamente EQUIVOCADA! Um “simples” vírus nos demonstrou a limitação que temos em reagir a determinadas situações, ainda que tenhamos alcançado patamares de desenvolvimento em tecnologia e processos, ao longo de séculos de existência.
Ao criar este blog em 2012, escolhi o nome “Operação e Manutenção Sustentável” em função da necessidade (que claramente enxergo) de tornarmos “sustentável” tudo o que fazemos em nossas operações ou em nosso dia a dia….
Ainda que muitos traduzam expressões como “sustentável” ou “sustentabilidade” em outras palavras como longevidade e meio ambiente, ter, de fato, uma operação sustentável significará atendermos plenamente as necessidades de nossos clientes e ocupantes de edifícios (segurança, conforto, higiene, saúde e condições para a sua produtividade), as necessidades quanto ao meio ambiente (a adoção e respeito às medidas preventivas quanto ao aquecimento global, uso racional de recursos naturais, o aculturamento ou a conscientização de ocupantes e colaboradores, cuidado no descarte e na destinação de resíduos, cuidados no impacto de nossos empreendimentos em relação ao seu entorno e comunidade, etc..), as necessidades quanto a gestão de nossos ativos (implantação de um sistema de gestão, monitoramento de desempenho ou performance em sistemas / ativos, longevidade e menores custos operacionais, entre outros), além de cuidados em relação ao desenvolvimento de novos processos e do ser humano.
Ou seja, ser sustentável pode ser muito mais complexo do que alguns possam imaginar….
Mas apesar de definições como estas acima, observa-se o ceticismo humano em relação aos sinais que a natureza nos dá, como se apostássemos em infindáveis recursos, ou mesmo em mais uma “fake new”, tema este bastante atual…
Vejam como exemplos deste “comodismo” ou “ceticismo” as questões envolvendo a “QUALIDADE DO AR INTERNO” e o “AQUECIMENTO GLOBAL”, que apesar de presentes na mídia, acabam sendo tratados de forma superficial por vários de nossos responsáveis pelas operações (não generalizando, obviamente).
Existe não só a necessidade de TER PROCESSOS ADEQUADOS, mas também a necessidade de se IMPLANTAR SISTEMAS EFICAZES DE GESTÃO e TREINAR / CONSCIENTIZAR OS SERES HUMANOS ENVOLVIDOS (clientes e colaboradores)!
O futuro dependerá da nossa evolução como seres humanos, o que nos atribui a responsabilidade de olhar para a frente, para as novas gerações!
O futuro dependerá também de acreditarmos na importância dos processos e sistemas de gestão, zelando pelo aculturamento de todos os envolvidos e pelo seu cumprimento e reavaliação periódica!
O futuro dependerá de nossa readequação ao mundo, como por exemplo, a nossa reeducação quanto aos requisitos de higiene pessoal dos quais tivemos conhecimento ainda crianças, embora tenha se perdido, em grande parte, durante o nosso crescimento.
Tenho dúvidas sim quanto a real aprendizagem do ser humano pós pandemia, mas farei a minha parte enquanto ser humano, pai e profissional!
E você? Também fará a sua parte?
Ps. A minha motivação para escrever este post se deu após ler um artigo da revista Exame, cujo título é “Uma chance ao verde” , abordando a preocupação com as mudanças climáticas.
Aos interessados, segue o link deste artigo na Exame, diretamente no site da revista: http://www.procelinfo.com.br/services/DocumentManagement/FileDownload.EZTSvc.asp?DocumentID={4F758B3C-EF73-40EF-835E-62A0C5C94E7E}&ServiceInstUID={89BB6AF3-4E53-44FA-9029-712C1EA62D3A}