Eu gostaria ainda de acrescentar um comentário meu à matéria divulgada pela Revista Construção e Mercado em Fevereiro deste ano, na qual aborda os impactos positivos trazidos pelo processo de certificação sustentável no Brasil.
De fato, não se pode deixar de enaltecer a introdução de novas técnicas de projeto em AVAC-R, em hidráulica e controles com o crescimento observado em processos de certificação sustentável no Brasil entre 2008 e início de 2014, haja vista a redução também observada em nosso mercado de construção nestes últimos 12 meses. O mesmo pode ser dito em relação a introdução de expressões e conceitos sobre comissionamento para edificações novas e em uso (neste caso o recomissionamento e o retro-comissionamento).
No entanto, deixo aqui duas questões que não devem ser ignoradas:
- Ainda observamos sim uma visão mais comercial sobre os aspectos e objetivos de uma certificação, razão pela qual não se verifica a propagação desta visão inicial durante as fases de ocupação e uso destes novos edifícios ou de edifícios renovados (retrofits)
- A falta de conscientização e de capacitação de nossas equipes de Operação e Manutenção em grandes edifícios, promovendo em muitos casos a perda de todo o viés de sustentabilidade vislumbrado ainda nas etapas de concepção e construção
Enfim, acho que mais do que comemorarmos a posição do Brasil entre os países com um maior número de projetos certificados ou em processo de certificação, precisaremos também nos preocupar com o futuro próximo destas edificações, apenas lembrando que algo em torno de 70 à 80% dos custos em um Ciclo de Vida de um empreendimento “residem” nas etapas de ocupação e uso da edificação.
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Fonte: Procel Info
Acesse aqui o artigo em sua origem.
Apesar de críticas sobre uso de certificações como instrumento de marketing, adoção de conceitos ambientalmente amigáveis para construção e operação de edifícios tem aumentado
O crescimento do mercado de edifícios verdes tem crescido de forma constante no Brasil. No final de 2014, haviam no país 931 edificações com pedidos para obter a certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed). Esses números colocam o Brasil na quarta colocação entre os 140 países que mais possuem edifícios com certificações Leed, ficando atrás somente dos Estados Unidos, Emirados Árabes e China. Entretanto, o que seria uma boa notícia, a preocupação com a sustentabilidade e a eficiência energética nas novas edificações, recebe críticas de alguns integrantes do mercado imobiliário. É o que mostra a reportagem “Foco Ambiental” publicada na edição de fevereiro da Revista Construção e Mercado.
O texto faz um questionamento se a estratégia das construtoras visa apenas a sustentabilidade ou o marketing. Para o professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP),Vanderley John, o pedido de certificação é um conhecido esquema de turbinar valor de prédio vendido na planta, já que a certificação fica apenas na propaganda.
O professor também aponta que a falta de capacitação técnica e os custos elevados para se obter a certificação são empecilhos para um crescimento ainda maior do mercado de construções sustentáveis. Porém, John vê com otimismo a forma com que empresas e pessoas têm incluído termos de sustentabilidade na agenda e no projeto dos edifícios, principalmente com a implementação da norma NBR 15.57 e a difusão de outras certificações como selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) Edificações.
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