O Brasil pode ser líder em prédios verdes

Fonte: Celulose Online

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Brasil – Especialista em construções verdes do International Finance Corporation (IFC) – braço do Banco Mundial para financiamento privado -, o indianoPrashant Kapoor lidera, desde 2010, as iniciativas da instituição em construção sustentável para mercados emergentes. A meta do IFC é atingir 20 países nos próximos sete anos – e fazer com que os edifícios verdes componham 20% do mercado imobiliário de cada um deles.

Por que é mais urgente pensar em soluções verdes para a construção civil hoje?

Cerca de 30% da energia produzida é consumida pela construção civil, o que inclui a fase de construção e o consumo posterior nas casas e nos escritórios. O mundo está cada vez mais urbanizado, e os países emergentes estão vivendo um boom de construções. Se deixarmos a chance passar, será muito difícil corrigir depois.

A ideia de que a sustentabilidade custa muito mais caro ainda vigora na construção civil?

Sim. Há uma percepção por parte da maioria de que uma construção sustentável custa 30% mais caro, mas, segundo o World Green Building Council, entidade global responsável por disseminar práticas sustentáveis de construção, o incremento no custo oscila de 0% a 4%.

O que o IFC tem feito para auxiliar os países em desenvolvimento nessa questão?

Uma das estratégias é financiar bancos para que eles concedam empréstimos e invistam diretamente em construções verdes. Desde 2009, investimos 600 milhões de dólares. O mais recente aporte, de 60 milhões de dólares, foi feito numa construtora de Minas Gerais, a Canopus. Ela também foi a primeira no Brasil a conquistar um selo verde que ajudei a criar, o EDGE. A conquista da certificação está vinculada ao uso de um software que permite uma economia nas obras de até 20% no uso de materiais como água e energia.

Já existem dois selos para a construção verde no mundo, o Leed e o Acqua. De que maneira mais uma certificação melhora o cenário?

No mundo inteiro, essas duas certificações têm como alvo empresas de grande porte. O EDGE nasceu para provar que companhias médias e pequenas também podem construir de maneira sustentável e se beneficiar disso.

O poder público pode incentivar a adoção de práticas sustentáveis na indústria da construção?

Os governos precisam criar os incentivos e dar o exemplo aplicando essas práticas nos próprios projetos. E o IFC tem ajudado autoridades a criar códigos de eficiência energética inteligente para suas construções.

Hoje, quais países são os melhores exemplos para edifícios verdes?

Na Europa, há leis que obrigam os edifícios a obter selos verdes, e isso transformou o mercado. No México, o setor financeiro tem desempenhado um papel central. Nos últimos quatro anos, 60% das hipotecas do país têm sido verdes – ou seja, seguem padrões sustentáveis.

E o Brasil?

O país tem uma grande oportunidade de se tornar um dos líderes nesse setor. A construção civil deverá crescer 20% até 2020 no Brasil, e estou convicto de que a adoção de critérios de sustentabilidade será um imperativo.

Sobre Alexandre Lara

Alexandre Fontes é formado em Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção pela Faculdade de Engenharia Industrial FEI, além de pós-graduado em Refrigeração & Ar Condicionado pela mesma entidade. Desde 1987, atua na implantação, na gestão e na auditoria técnica de contratos e processos de manutenção. É professor da cadeira de "Operação e Manutenção Predial sob a ótica de Inspeção Predial para Peritos de Engenharia" no curso de Pós Graduação em Avaliação e Perícias de Engenharia pelo MACKENZIE, professor das cadairas de Engenharia de Manutenção Hospitalar dentro dos cursos de Pós-graduação em Engenharia e Manutenção Hospitalar e Arquitetura Hospitalar pela Universidade Albert Einstein, professor da cadeira de "Comissionamento, Medição & Verificação" no MBA - Construções Sustentáveis (UNIP / INBEC), tendo também atuado como professor na cadeira "Gestão da Operação & Manutenção" pela FDTE (USP) / CORENET. Desde 2001, atua como consultor em engenharia de operação e manutenção.
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