Independentemente de vermos até com uma certa frequência algum sensacionalismo em reportagens, o programa Fantástico apresentou nestas últimas semanas de novembro uma reportagem sobre um acidente que ocasionou o óbito de uma juíza na cidade de São Paulo, retomando também um outro tema relativo ao descaso com viadutos em nossa capital paulista.
Infelizmente, ainda trabalhamos no Brasil de forma excessivamente corretiva na manutenção de nossas obras e áreas públicas, ou seja, com um maior gasto em correções e consequentemente, sem uma visão preventiva.
Toda a construção, seja ela de pequeno ou grande porte, demandará cuidados ao longo de seu ciclo de vida, o que determinará o prolongamento ou não de sua vida útil projetada, assim como uma maior segurança quanto ao seu desempenho enquanto estrutura ou instalação.
Isto é matemático!! Não existe mágica ou algum outro método qualquer de “faz de conta”…
Todo sistema precisa ser analisado quanto:
- Aos cuidados necessários para mantê-lo e assegurar o seu desempenho, o que requer um levantamento e uma análise quanto ao seu estado
- As rotinas necessárias para se atingir o objetivo acima
- A determinação das frequências envolvidas para cada rotina proposta
- A especificação de equipes, habilidades, tecnologia e conhecimentos específicos necessários ao seu cumprimento
- O planejamento destas atividades aliado a uma forma de controle quanto a sua execução e registro / guarda das evidências geradas
- A supervisão sobre os serviços
- Ao recebimento, também atestado por um profissional habilitado e experiente
- A retroalimentação do programa de manutenção (ajustes eventuais) em função dos resultados obtidos no processo acima, adequando rotinas, frequências, etc, sempre que necessário for
Não se pode esquecer que na Modalidade de Engenharia Civil, requer-se também uma atuação preventiva e importantíssima, no que se refere ao cumprimento de uma rotina de vistorias e inspeções periódicas e planejadas.
De uma forma bastante resumida e objetiva, isto é manutenção!
Apesar de se ter uma despesa enorme com áreas de manutenção na gestão pública (proporcionalmente ao que se pratica no setor privado), verificam-se falhas no planejamento, na contratação e na supervisão e controle das atividades de manutenção em nossas cidades.
É preciso revisar este modelo…. É preciso adotar uma política efetiva de manutenção sobre obras e áreas públicas, o que possivelmente minimizará os gastos com manutenção no médio e longo prazo, na medida em que o passivo hoje existente (backlog devido aos maus cuidados) seja atacado e reduzido.
Segue abaixo a chamada do SINAENCO, com o link para o site do G1:
Blitz em pontes e viadutos revela perigos no caminho dos paulistanos
G1 – Fantástico
Reportagem de O Fantástico destaca estudo do Sinaenco sobre o estado de manutenção das pontes e viadutos de São Paulo, cidade que tem a maior frota de veículos do país.