Referência mundial em arquitetura verde

Fonte: Procel Info

Por: Tiago Reis

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Inaugurado há pouco mais de um ano, o Museu do Amanhã conquistou nesta quinta-feira (16/03), em Cannes, na França, o prêmio internacional Mipim (Mercado Internacional dos Profissionais Imobiliários), na categoria Construção Verde mais Inovadora. Símbolo da revitalização da região portuária do Rio de Janeiro, a edificação brasileira venceu na final concorrentes como a sede da Siemens, na Alemanha, o edifício residencial 119 Ebury Street, em Londres, no Reino Unido, e a fábrica de bioenergia Värtan, em Estocolmo, capital da Suécia. O Mipim é considerado a principal premiação do setor de projetos imobiliários do mundo.

Idealizado pela prefeitura do Rio de Janeiro em parceria com a Fundação Roberto Marinho e o Banco Santander, o espaço conta com uma estrutura inovadora e revolucionária para esse tipo de construção no Brasil. Projetado pelo renomado arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o museu carioca conta com uma série de recursos sustentáveis, como a geração própria de energia elétrica, por meio de placas solares fotovoltaicas, e a utilização de água da Baía de Guanabara no sistema de refrigeração. A sustentabilidade é uma marca do Museu do Amanhã que desde as fases iniciais de projeto se preocupou em ser uma edificação ambientalmente correta.

Diretor presidente do Museu do Amanhã, Ricardo Piquet, destaca que a conquista do Mipim mostra que o trabalho realizado em defesa da sustentabilidade não permanece apenas nas exposições, mas também na arquitetura do prédio e nas atitudes de todos que trabalham no local. Ele destaca que esse prêmio confirma que todas as atitudes adotadas pelo museu estão no caminho certo.

“Estamos muito felizes por mais este reconhecimento. A premiação coroa um esforço constante do Museu do Amanhã em aliar inovação e sustentabilidade. Além de incentivar a discussão sobre assuntos como utilização da energia solar e a recuperação da Baía de Guanabara no nosso dia a dia, a intenção desde o início era incorporar esses temas ao próprio edifício. O resultado mostra que estamos no caminho certo“, comemora Ricardo Piquet.

O Mipim não foi o primeiro prêmio conquistado pelo museu. Em 2016, o espaço venceu o prêmio Leading Culture Destinations Awards, que é considerado o “Oscar dos Museus”, na categoria “Melhor Novo Museu do Ano”. O Amanhã também foi premiado com uma medalha de ouro e duas de bronze no International Design & Communication Awards (IDCA), no Canadá. No ano passado, a construção também foi o primeiro museu brasileiro a receber a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design ou Liderança em Energia e Projeto Ambiental, em português), concedida pelo Green Building Council, na categoria Ouro, o segundo mais alto nível de classificação do selo.

“Depois de termos conquistado, em 2016, o selo ouro na certificação LEED, este é mais um reconhecimento desse trabalho feito a muitas mãos, que fortalece no país a cultura de práticas sustentáveis de construção. Agradeço a todos que participaram dessa conquista e especialmente à Casa do Futuro, pela busca pela excelência na sustentabilidade. E, especialmente, a cada visitante do Museu do Amanhã que, ao viver a experiência deste museu, tem nos ajudado a projetar uma ponte da cidade com o mundo, e do mundo com seu próprio amanhã”, ressalta o secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, Hugo Barreto.

O Prêmio Mipim é uma competição internacional, criada em 1991, que anualmente seleciona os principais e mais importantes projetos já construídos ou em fase de construção em todo o mundo. A premiação é realizada durante a feira Mipim, considerado o maior evento internacional do mercado.

Economia de água e energia são destaques no Amanhã

O Museu do Amanhã possui uma série de requisitos para potencializar a economia de água e energia em sua operação. Todas as medidas, desde o projeto, passando pela construção e funcionamento, foram tomadas para que o espaço tivesse o menor impacto ambiental possível. Segundo Piquet, o museu tem um Plano de Medições e Verificações que privilegia a entrada de luz natural e conta com sistemas de climatização e iluminação de baixo consumo que permitem um consumo de energia 50% menor em comparação com uma estrutura convencional. Além disso, na cobertura existem 48 conjuntos de asas móveis metálicas, que somadas aos 5. 492 painéis fotovoltaicos, se movimentam de acordo com a trajetória do sol produzindo energia. Com a captação de energia potencializada dessa forma, explica o diretor, o sistema é capaz de suprir até 9% do consumo energético do edifício. O conjunto dessas soluções permitem uma economia de cerca de 2.400 megawatts-hora (MWh) de energia elétrica, o suficiente para abastecer 1.200 residências.

Em relação ao uso da água, por ano, são economizados 9,6 milhões de litros. Essa economia é proveniente do reúso da água utilizada em lavatórios, chuveiros e do sistema de ar-condicionado, bem como a água das chuvas recolhida por um sistema de calhas. O museu também conta com uma tecnologia inovadora que usa a água captada da Baía da Guanabara para abastecer os espelhos d’agua e operar o sistema de climatização. Depois de passar por um processo de filtragem de resíduos sólidos, água mais fria do mar, por meio da troca de calor, é utilizada no sistema de climatização reduzindo a demanda de energia e de água tratada. Após o uso no museu, a água, que foi retirada poluída no mar, é devolvida mais limpa ao meio ambiente.

Com mais de 1,5 milhão de visitantes desde a inauguração o Amanhã é, atualmente, o museu mais visitado do Brasil. Para Piquet, a temática da sustentabilidade já faz parte do cotidiano das pessoas e esse grande público mostra que o público tem uma preocupação cada vez maior com o futuro e consequentemente com o meio ambiente.

“O museu convida o visitante a pensar o conceito de sustentabilidade com base em suas próprias experiências cotidianas o que traz para a o estilo de vida de cada um os grandes desafios para frear o colapso do planeta Terra”, conclui o diretor.

Sobre Alexandre Lara

Alexandre Fontes é formado em Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção pela Faculdade de Engenharia Industrial FEI, além de pós-graduado em Refrigeração & Ar Condicionado pela mesma entidade. Desde 1987, atua na implantação, na gestão e na auditoria técnica de contratos e processos de manutenção. É professor da cadeira de "Operação e Manutenção Predial sob a ótica de Inspeção Predial para Peritos de Engenharia" no curso de Pós Graduação em Avaliação e Perícias de Engenharia pelo MACKENZIE, professor das cadairas de Engenharia de Manutenção Hospitalar dentro dos cursos de Pós-graduação em Engenharia e Manutenção Hospitalar e Arquitetura Hospitalar pela Universidade Albert Einstein, professor da cadeira de "Comissionamento, Medição & Verificação" no MBA - Construções Sustentáveis (UNIP / INBEC), tendo também atuado como professor na cadeira "Gestão da Operação & Manutenção" pela FDTE (USP) / CORENET. Desde 2001, atua como consultor em engenharia de operação e manutenção.
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