Prática sustentável revela maturidade empresarial

Fonte: Valor Online

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A sustentabilidade é hoje um termômetro bastante preciso para avaliar a maturidade das empresas. Trata-se de um processo de evolução que pode ser dividido em três fases.

No primeiro estágio, estão as empresas que ainda tratam a sustentabilidade com soluções caseiras. Limitam-se a campanhas internas e pontuais, com ações que vão da economia de água, o uso racional da energia e separação correta do lixo, entre outras. O alvo são funcionários e clientes. A segunda fase concentra companhias que começam a identificar e implementar conceitos de sustentabilidade nos seus processos – apuração de resultados, controle do trabalho, a busca por inovação. No terceiro nível estão aquelas que já incorporam a sustentabilidade no seu planejamento estratégico.

A classificação é feita por Aron Belinky, consultor, pesquisador e especialista em Sustentabilidade, Responsabilidade Social e Consumo Consciente da FGV/SP. Belinky mediou o painel “Sustentabilidade nas Organizações Brasileiras: Onde Estamos?” na 31ª edição da Feira Apas, de 4 a 7 de maio, em São Paulo.

“O terceiro estágio é quando a empresa começa a discutir o próprio planejamento estratégico e o modelo de negócio e de sucesso no longo prazo, com uma perspectiva de sustentabilidade”, diz Belinky. “Ela começa a pensar não na economia imediata, nos ganhos e na margem de lucros imediatos, mas na condução dos negócios. Estamos falando de um alinhamento profundo, onde a inovação e a mudança da empresa vão começar acontecer em maior escala”, diz.

No patamar inicial ficam empresas que começam “a incorporar a sustentabilidade no seu discurso ou em algumas questões mais pontuais”. “Manifestam sua preocupação seja através do código de ética, seja por meio de participação em algum tipo de iniciativa, na sua comunicação corporativa, na sua propaganda e algumas ações pontuais, além até um programa de voluntariado”, afirma.

Na fase intermediária, “já há uma quantidade maior de empresas que começam a identificar a sustentabilidade nos seus processos, na maneira como tomam decisões, controlam o trabalho, apuram os resultados, como buscam inovação. Essas empresas já cobram a perspectiva de sustentabilidade nesse nível”, explica.

Para Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), que também participou do painel, “os colaboradores da companhia têm que conhecer os programas de sustentabilidade em profundidade, entender seu escopo e abrangência, serem estimulados a vivenciar os benefícios da sustentabilidade aplicada aos produtos”. “É a agregação de valor em todo o processo e cadeia produtiva. Finalmente, visualizar os benefícios para a marca, para a empresa, colaboradores e consumidores, transformando cada um deles em um pilar da sustentabilidade”, afirma.

O diretor de sustentabilidade e responsabilidade social do Carrefour Brasil, Paulo Pianez, diz que o Grupo Carrefour “dedica-se a um trabalho incansável de estímulo à reciclagem, redução do impacto ambiental nas cadeias produtivas e preservação dos recursos naturais, com formação de pessoas nas cinco regiões do país”. “Formalizamos e materializamos esse compromisso com a implantação de programas de Gestão de Resíduos e Eficiência Energética em todas as nossas unidades. Elaboramos, inclusive, uma cartilha com orientações práticas para todas as situações que podem ocorrer em uma loja e estamos desenvolvendo um game para treinamento on-line de nossos colaboradores”, diz.

Para 2015, a rede lançou outros dois projetos de incentivo ao descarte consciente: o Ecocaixa, em parceria com a Mondelez Brasil e a Tetra Pak, para o descarte pré-consumo de embalagens; e o EcoMoto, em parceria com a Motorola, para destinação de pequenos eletrônicos, como celulares. “Apoiados no princípio da exemplaridade, mobilizamos a cadeia de fornecedores Carrefour a assumir compromissos sociais e ambientais, garantindo que os produtos adquiridos pela rede têm menor impacto ao meio ambiente e auxiliam no desenvolvimento econômico das comunidades onde são produzidos”, diz.

Segundo Pianez, os produtos Carrefour chegam às gôndolas com embalagens de baixo impacto ambiental, produzidas com papel cartão sustentável, que trazem dicas de reciclagem e informações – mesmo em braile –, como nome e gramatura do produto e o telefone do Serviço Amigo do Cliente Carrefour (SAC).

“É difícil nos dias atuais encontrar uma empresa que não esteja, de alguma maneira, preocupada com questões que envolvem a sustentabilidade”, diz o pesquisador ao destacar a rápida evolução na qualidade e no tratamento desse tema. “O que se percebe hoje é que empresas líderes, no Brasil, deixam muito pouco a dever para as internacionais, que estão na liderança, ou seja, as empresas de ponta aqui no Brasil são de ponta em nível mundial”, afirma.

Belinky diz que o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) – criado há uma década -, há dois anos atingiu o número máximo de empresas. “Todas as 40 vagas estão ocupadas desde 2013. Há dez anos, o número de empresas que se qualificaram para participar dessa carteira era bem menor. Isso é um indício que está se ampliando”, reforça.

Segundo informações da BM&FBovespa, a nova carteira reúne 51 ações de 40 companhias. Elas representam 19 setores, um a mais que em 2014, e somam R$ 1,22 trilhão em valor de mercado, o equivalente a 49,87% do total do valor das companhias com ações negociadas na bolsa, com base no fechamento de final de novembro do ano passado. No ano anterior, somavam R$ 1,14 trilhão em valor de mercado, o equivalente a 47,16% do total.

Sobre Alexandre Lara

Alexandre Fontes é formado em Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção pela Faculdade de Engenharia Industrial FEI, além de pós-graduado em Refrigeração & Ar Condicionado pela mesma entidade. Desde 1987, atua na implantação, na gestão e na auditoria técnica de contratos e processos de manutenção. É professor da cadeira de "Operação e Manutenção Predial sob a ótica de Inspeção Predial para Peritos de Engenharia" no curso de Pós Graduação em Avaliação e Perícias de Engenharia pelo MACKENZIE, professor das cadairas de Engenharia de Manutenção Hospitalar dentro dos cursos de Pós-graduação em Engenharia e Manutenção Hospitalar e Arquitetura Hospitalar pela Universidade Albert Einstein, professor da cadeira de "Comissionamento, Medição & Verificação" no MBA - Construções Sustentáveis (UNIP / INBEC), tendo também atuado como professor na cadeira "Gestão da Operação & Manutenção" pela FDTE (USP) / CORENET. Desde 2001, atua como consultor em engenharia de operação e manutenção.
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