É realmente impressionante a quantidade de mensagens que recebi nestes últimos meses de bons e respeitados profissionais em nosso mercado, comunicando que estavam disponíveis.
Quando me refiro ao nosso mercado, englobo não só a área de Manutenção & Operação, como também o mercado de Facility Management.
É bastante claro que o país passa por alguns momentos de incerteza e sob os olhares cautelosos de investidores daqui e de fora, apesar da eterna “negativa” de nossos governantes e da atribuição ao “pessimismo implantado por oponentes políticos”.
Quem está no mercado sabe bem o que digo e o fato é que estamos descendo a serra em velocidade reduzida desde o primeiro semestre de 2013.
Isto seria talvez uma forte razão de tais mudanças de cadeira, pois profissionais mais experientes e com uma maior bagagem (além de mais anos de empresa)….”custam caro” na visão fria de alguns administradores.
Entretanto, esquece-se de se colocar no outro lado da balança os prejuízos que muitas vezes são indiretos ou intangíveis, principalmente para um país que não tem como cultura MEDIR RESULTADOS.
Há alguns dias, durante um curso que ministrei para uma grande empresa, um dos presentes me perguntou se possuíamos alguma fonte ou literatura que comprovasse o resultado de investimentos em edifícios tidos como “sustentáveis”. A pergunta foi excelente e o profissional queria apenas confirmar o quanto valeria a pena investir em tecnologias, ainda mais considerando que o maior custo durante a vida útil de uma edificação é sem sombra de dúvidas a operação e manutenção deste bem.
A minha resposta foi uma negativa quanto ao registro destes resultados por aqui, ao menos de forma técnica, embasada e livre de interesses. Tenho acompanhado muitas operações ao longo destes quase 30 anos de profissão e confesso que foram muito poucos os clientes ou responsáveis pela operação que de fato acompanhavam os resultados de investimentos. Vejam que eu não poderia me abster desta culpa enquanto estive à frente de operações, pois também fui criado nesta cultura e precisei de anos para enxergar a sua ausência e importância.
Esta “venda nos olhos” de nossos administradores (deixo bem claro que me refiro a função de administrador, seja de uma manutenção ou de edifícios e operações) impede claramente a visão sobre tais perdas indiretas ou intangíveis.
Conversava ainda neste domingo a noite com uma grande amiga e espetacular profissional de Facilities sobre a “pobreza técnica e de gestão” observada em várias grandes operações em São Paulo e no Rio de Janeiro, que ainda são os nossos principais centros.
Bons valores, mas sem um preparo adequado, são colocados à frente destas operações, num verdadeiro “aprendizado on the job”, levando é óbvio, à sucessos e fracassos de forma alternada e sem continuidade…
O mercado precisa acordar para a importância de nossas experiências para a formação de uma nova base para este país.
O imediatismo precisa der espaços ao planejamento à médio e longo prazo.
De nada vale criarmos uma área de “Gestão do Conhecimento” em nossas empresas se não o valorizamos e perpetuamos através de ações e atitudes gerenciais que sejam efetivas.
Espero que também o país se desenvolva neste aspecto…
Uma boa semana!