Historicamente, as guerras tiveram um importante papel para a humanidade, promovendo a análise e revisão de conceitos e posicionamentos, a evolução tecnológica e a adoção de medidas por parte de seus participantes diretos e coadjuvantes.
Lamentavelmente, vivemos hoje o que alguns denominam como WWIII ou terceira grande guerra, unindo o globo no combate contra um inimigo invisível, com uma enorme velocidade de propagação, apesar de uma baixa e quase direcionada taxa de letalidade.

Este momentos atual tem provocado mudanças em nossos comportamentos e uma acentuada utilização de recursos tecnológicos para a nossa comunicação, integração e trabalho descentralizado, quebrando paradigmas e mostrando que atividades “não presenciais” são possíveis.
Só para que se tenha uma ideia, investimos há 3 anos em uma potente ferramenta de vídeo-conferência para o nosso escritório em Atibaia, imaginando o tempo economizado com deslocamentos para os grande centros e encurtando os tempos relacionados as nossas comunicações com clientes e fornecedores / parceiros.
Neste sentido, propúnhamos reuniões virtuais com grandes ou pequenos clientes, inclusive já, em tese, habituados com o uso desta tecnologia em suas empresas. O mais incrível, ao menos em nosso segmento de consultoria, operação e manutenção, é que nos deparamos com muitas negativas e insistências para a realização de eventos presenciais, fazendo com que tomássemos a decisão de desmobilizar o nosso equipamento há quase um ano, justamente por falta de uso e por não ser viável a manutenção de sua licença de uso.
Entretanto, se olharmos o momento atual vivido em nosso planeta, veremos a enorme quantidade de eventos não presenciais ou “virtuais” dos quais participamos, com uso de sistemas pagos e gratuitos de web-meeting.
Mais do que isto, já é possível ouvir dos profissionais alguns questionamentos quanto a obrigatoriedade em se manter uma base, um escritório, um local fixo de trabalho…
Lembro-me de que em 1998, quando ainda atuava por uma das empresas do Grupo SEMCO, deu-se o início o conceito de escritório compartilhado, sem estações fixas, como conceito trazido pelo Ricardo Semler para algumas de suas empresas. Não tínhamos mesa, cadeira ou armários fixos, contando com um grande incentivo para a realização de trabalhos remotos, dentro das próprias operações da empresa.
De lá para cá, observamos sim a difusão deste conceito em várias empresas pelo país, embora ainda se observasse a preservação do conceito de trabalho presencial e não a distância, como por exemplo o “home office”.
O COVID-19 está promovendo e possibilitando experiências na utilização destes recursos de tecnologia e comunicação, trazendo para o nosso mercado o conceito de trabalho descentralizado (sem uma base fixa obrigatória) e ampliando o uso de recursos de comunicação via web. Trata-se de uma quebra de paradigmas para alguns e esperamos que este movimento não sofra retrações, possibilitando com que as nossas empresas repensem em suas estruturas e por que não, na qualidade de vida de seus colaboradores.