Fonte: PROCEL Info
Por: Tiago Reis
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O Brasil tem potencial para triplicar o número de empregos na área de eficiência energética nos próximos 12 anos. A estimativa é do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e constam no estudo “Potencial de Empregos Gerados na Área de Eficiência Energética no Brasil de 2018 a 2030”, documento elaborado pela consultoria Mitsidi Projetos a pedido da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e os Ministérios de Minas e Energia e da Educação.
Atualmente, o setor de eficiência energética emprega aproximadamente 136 mil pessoas, em ocupações que abrangem a gestão de energia e geração elétrica por fontes eólicas, fotovoltaicas ou de biomassa. Até o final da próxima década, o número de trabalhadores nesse segmento deve chegar a pelo menos 452 mil, e boa parte em funções que ainda não existem.
Para chegar a esse número, o estudo levou em consideração os compromissos assumidos pelo Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 21) que prevê, até 2030, o aumento de 10% na eficiência energética do setor elétrico e a ampliação para 23% na geração de energia renovável, descontando a fonte hidrelétrica.
Segundo o gerente-executivo de Educação Profissional e Tecnológica do Senai, Felipe Morgado, as oportunidades devem surgir dentro da cadeia produtiva da eficiência energética. Ele cita que a indústria, o segmento de edificações e as empresas de consultoria, como os setores que devem liderar a criação de novas vagas. “No estudo, nós só contabilizamos a geração de empregos diretos, que são aqueles totalmente ligados a produção da eficiência energética, e contemplam atividades desde a fabricação, comercialização, transporte de equipamentos, sistemas e componentes eficientes. O estudo contempla toda a cadeia da eficiência energética, incluindo atividades de planejamento, diagnóstico e investigação de desempenhos energéticos”, explica.
O gerente afirma que os novos empregos abrangem todos os níveis de escolaridade, mas a maioria das oportunidades são para profissionais com nível técnico ou superior. Ele ressalta que o potencial de novas vagas estará presente em todas as regiões do país, já que a demanda por esses serviços deve aumentar nos próximos anos, seja por meio de ações que visam o cumprimento da meta da COP 21, medidas para geração própria de energia ou por meio dos leilões de eficiência energética programados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Empregos do futuro
O estudo mostra que boa parte das novas oportunidades profissionais na área de eficiência energética e energias renováveis devem surgir de profissões que ainda não existem. Morgado cita como exemplo, as ocupações de Controlador e Mantenedor de Usinas Fotovoltaicas e funções ligadas as Usinas Solares Híbridas (solar fotovoltaica e térmica). “A metodologia do estudo levou em consideração a evolução e adoção de novas tecnologias que serão implementadas no setor elétrico brasileiro nos próximos cinco ou dez anos. Diante disso, foi feita uma projeção para identificar quais tecnologias serão difundidas e a partir daí mensurar o surgimento das novas profissões”, afirma Morgado.
Sobre as profissões atuais, Felipe Morgado destaca que, no curto prazo, as maiores oportunidades estão no setor de energia solar e eólica. Ele cita que as profissões de Técnico em Sistemas Fotovoltaicos, Técnico em Energias Renováveis e Instalador de Aerogeradores estão em franca expansão. O Plano Decenal de Energia elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indica que até 2026, o Brasil deve crescer 140% na capacidade instalada para energia eólica, com previsão de 28,5 GW em 2026. Já a fonte solar deve atingir a marca de 9,6 GW.
O gerente ressalta que devido ao aquecimento do mercado de eficiência energética, a média salarial desses profissionais também está em franca evolução. “Hoje, o salário médio de um Instalador de Painéis Fotovoltaicos varia de R$ 2 mil a R$ 4 mil. Para um Técnico em Eficiência Energética, o salário inicial é de R$ 4 mil. Já um Técnico em Energias Renováveis, em início de carreira, ganha cerca de R$ 4 mil. Dependendo do desenvolvimento dessa carreira, o salário pode passar dos R$ 9 mil”, revela Morgado.
Atualização é requisito para as novas vagas
Como o setor de eficiência energética está em constante transformação, a capacitação dos profissionais é um requisito imprescindível para quem busca uma oportunidade na área. Morgado avalia que muitos profissionais que hoje trabalham em outros segmentos da área de energia, podem migrar para a área de eficiência energética sem a necessidade de fazer uma nova graduação ou curso técnico. “Em muitos casos, basta uma especialização ou um curso de atualização para o profissional adquirir conhecimento para atuar com eficiência energética. Por exemplo, um Técnico em Eletrotécnica, com uma especialização técnica, pode atuar como instalador de sistemas fotovoltaicos ou especialista em eficiência energética. Isso também vale para profissionais de eletrônica e mecatrônica, que após concluir o curso técnico ou de graduação, podem se especializar para adquirir essas novas competências”, avalia Morgado.
O gerente de Educação do Senai enfatiza que com a atualização constante, os profissionais da área encontram melhores oportunidades de trabalhos e salários mais atrativos. Pesquisa do Senai identificou que no ano de 2017, cerca de 70% dos egressos de seus cursos de educação profissionalizantes para as carreiras de energia, já estão trabalhando na área. O levantamento mostrou que metade desses profissionais recebem mais de dois salários mínimos, e 20% possuem remuneração superior a cinco salários mínimos (R$ 4.770,00).
O Senai oferece atualmente 24 cursos que englobam a energia eólica, solar, biogás e eficiência energética, para todos os níveis de escolaridade. Esses cursos estão disponíveis em unidades do Senai em 12 estados brasileiros. Para saber mais informações sobre os cursos, basta acessar este link.
Potencial de empregos na área de eficiência energética
2018: 136 mil profissionais
2030: 452 mil profissionais
Profissões com o maior potencial de empregos no curto prazo
* Técnico em Sistemas Fotovoltaicos
* Instalador de Painéis Fotovoltaicos
* Técnico em Energias Renováveis
* Instalador de Aerogeradores
* Técnico em Eficiência Energética
Profissões com maiores salários
* Instalador de Painéis Fotovoltaicos: de R$ 2 mil a R$ 4 mil
* Técnico em Eficiência Energética: R$ 4 mil
* Técnico em Energias Renováveis: de R$ 4 mil a R$ 9 mil
Profissões do futuro
* Controlador e Mantenedor de Usinas Fotovoltaicas
* Funções ligadas as Usinas Solares Híbridas (solar fotovoltaica e térmica)
*Fonte: Senai