Automação de data center: quão perto estamos?

Fonte: Datacenter dynamics (informação compartilhada pelo PROCEL)

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Especialistas apontam para um aumento na gestão dos dados, sejam eles provenientes da elétrica, ar condicionado ou mesmo dos sistemas de segurança, como detecção de incêndio e controle de acesso. Segundo o CEO da CCN Automação, Luciano Ribeiro, a tendência é que haja uma integração cada vez maior dos diversos sistemas eletrônicos. E tal aumento no volume de dados, exigirá um tratamento diferenciado através de Big Data. Além disso, a Internet das Coisas ganhará cada vez mais espaço no mercado, possibilitando que instalações de qualquer porte sejam monitoradas com baixo custo, gerando dados importantes para análise de toda região geográfica em que o cliente possuir algum tipo de operação.

Impulsionada pelos dispositivos conectados ao data center, a automação ou o que podemos chamar de Inteligência Artificial e Machine Learning aplicada ao data center, já é uma realidade no mercado. Hoje, cada dispositivo conectado gera dados que quando concentrados e processados, se transformam em informações relevantes para melhorias e maximização da operação do data center.

De acordo com a Schneider Electric, a automação é o caminho para obter ganhos operacionais e econômicos no data center, visto que uma abordagem tradicional já não é mais suficiente. “Hoje, para que um data center seja competitivo e sua infraestrutura seja utilizada ao máximo, os gerentes de data centers têm o desafio de tornar a operação mais eficiente, não somente na questão de economia de energia, mas também na maximização da sua capacidade de processamento”, observa o gerente de marketing de produtos da Schneider Electric Brasil, Alan Satudi, ressaltando que isso somente será possível através de tecnologia de ponta para coleta, processamento e análise de dados.

Para a Schneider Electric, hoje no Brasil, a maioria dos grandes players de data center já possui um elevado grau de automação em seus data centers, “Hoje, as equipes estão cada vez menores, o que exige um alto grau de automatização e gerenciamento. Também, é grande a tendência em que os novos equipamentos como geradores, chillers, UPS já venham de fábrica com um grau elevado de eletrônica embarcado, o que facilita e tem barateado os sistemas de automação”.

Automação: como ela deve ser?

Para o CEO da CCN Automação, acima de tudo o sistema deve ser confiável. De acordo com o especialista, tal sistema deve aliar pilares básicos, que são hardware e software de boa qualidade, implantação realizada com pessoal técnico qualificado, que tenha real experiência neste tipo de ambiente.

“Podemos ter o melhor equipamento do mundo, mas se o mesmo não for programado e comissionado com critério, o resultado final pode ser muito ruim”, pontua o CEO, apontando a usabilidade como outro aspecto importante. Para ele, é fundamental que o cliente navegue com facilidade e fluidez nas informações disponibilizadas pelo software. Os relatórios têm que ser facilmente extraíveis do software de supervisão. “Na prática, notamos que existem necessidades específicas para cada tipo de operação, o ponto chave é sempre ter a facilidade de uso como foco principal. Temos diversos tipos de clientes, entre eles os que são extremamente preocupados com eficiência energética e outros mais preocupados em atender seu público específico”, conta o CEO da CCN Automação.

Como dar os primeiros passos? 

Segundo a Honeywell, a receita é: estudar, planejar, executar e operar. Sendo assim, o primeiro passo é entender a real necessidade do usuário final. Após isso, é necessário desenvolver um projeto bem elaborado, respeitando todas as fases, onde enquadram-se as necessidades do usuário para assim, apresentar as soluções, ponderando segurança operacional, custo e qualidade dos produtos.

“Sempre na fase de projeto é importante considerar a expansão das operações, até mesmo uma possível mudança de concepção em relação aos problemas iniciais apresentados, fazendo com que fique fácil toda a automação se adequar às novas solicitações”, pontua Augusto Sanchez, coordenador da equipe de operação de automação de data center da Honeywell. Segundo ele, uma vez que as soluções apresentadas e os projetos são aprovados, é necessária a contratação de serviços de confiança para execução, sendo mão de obra própria ou não. “É imprescindível o acompanhamento da execução, não só da contratada, mas da evolução das empresas envolvidas na rotina”, pontua a Honeywell.

O CEO da CCN Automação afirma que dar os primeiros passos nessa área hoje é simples, pois existem soluções de hardware e software modulares e escaláveis que podem crescer aos poucos e com baixo investimento. “Tudo nasce com um bom projeto e/ou análise das condições atuais da operação”.

Ganhos Operacionais 

Considerada um dos grandes vetores para obter significativos ganhos econômicos no data center. Sejam eles operacionais ou de eficiência energética, hoje com um alto grau de automação é possível reduzir a necessidade de um grande staff de pessoal operacional. Profissionais estes, com viés analítico, que passam a interpretar os dados gerados pelo sistema, com intuito de aumentar cada vez mais a eficiência. Tarefas como checar limites operacionais, monitorarem alarmes, programar liga/desliga de equipamentos, checar falhas e gerar dados históricos passam a ser realizadas sem a intervenção humana. Além disso, plataformas web based permitem que dados do sistema possam ser acessados de qualquer tipo de dispositivo (computadores, celulares, tablets, etc) e de qualquer lugar. Isso tudo com alto grau de segurança.

“A automação permite a introdução de algoritmos inteligentes que podem baixar em muito o consumo dos insumos como eletricidade, água, gás, diesel, etc, otimizando em muito o PUE”, explica o CEO da CCN Automação. De acordo com ele, existem diversas rotinas, principalmente na automação dos sistemas de ar condicionado, que permitem reduções significativas no consumo. “Em termos operacionais os ganhos podem ser também surpreendentes. Já visitamos instalações nos EUA em que não havia um único profissional sequer na sala de controle”, revela Luciano Ribeiro.

Utilização das ferramentas de Automação

De acordo com a Honeywell, cada dia mais os sistemas de automação vêm se tornando menos complicados. Hoje, é possível esperar que as soluções de automação facilitem a operação de um data center à ponto de substituir as ligações de uma operação do (Building Management System) BMS por uma automação que controle manutenções preditivas sem a necessidade de ações humanas constantes no cotidiano de um data center, porém com a possibilidade de gerenciamento de um responsável ou pelo próprio supervisor.

O coordenador da equipe de operação de automação de data center da Honeywell, Augusto Sanchez, afirma que a tendência é que automação esteja cada dia mais enraizada em qualquer projeto de data center. “É impensável hoje esperar o aviso sonoro/visual para um alarme critico em uma UPS ou central de água gelada, ou que todas as informações referentes a consumo tenham que ser coletadas manualmente. A automação e suas ferramentas são recursos mais que essenciais dentro da infraestrutura dos data centers hoje”.

Para a Honeywell, a automação é crucial para redução de custos e para disponibilidade de recursos, “uma vez que dispomos de soluções com redundâncias, abrimos margem para resolução de possíveis sinistros”, conclui.

Sobre Alexandre Lara

Alexandre Fontes é formado em Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção pela Faculdade de Engenharia Industrial FEI, além de pós-graduado em Refrigeração & Ar Condicionado pela mesma entidade. Desde 1987, atua na implantação, na gestão e na auditoria técnica de contratos e processos de manutenção. É professor da cadeira de "Operação e Manutenção Predial sob a ótica de Inspeção Predial para Peritos de Engenharia" no curso de Pós Graduação em Avaliação e Perícias de Engenharia pelo MACKENZIE, professor das cadairas de Engenharia de Manutenção Hospitalar dentro dos cursos de Pós-graduação em Engenharia e Manutenção Hospitalar e Arquitetura Hospitalar pela Universidade Albert Einstein, professor da cadeira de "Comissionamento, Medição & Verificação" no MBA - Construções Sustentáveis (UNIP / INBEC), tendo também atuado como professor na cadeira "Gestão da Operação & Manutenção" pela FDTE (USP) / CORENET. Desde 2001, atua como consultor em engenharia de operação e manutenção.
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