Setor de tecnologia aposta em TI Verde para reduzir impactos ambientais

Fonte: PROCEL Info

Por: João Dalla

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Entre as principais práticas adotadas por empresas que aderem a esse conceito está a redução do consumo de energia

Há algum tempo a preocupação com o meio ambiente tem ganhado destaque na sociedade. As implicações da falta de preocupação com esse segmento fez com que as empresas desenvolvessem uma maior consciência em relação às questões ambientais. Tendo isso em vista, surgiu o conceito de TI Verde, conjunto de práticas adotadas pelo setor de tecnologia que visa reduzir o consumo de recursos naturais em seus processos produtivos.

Entre as principais práticas adotadas por empresas que aderem a esse conceito está a redução do consumo de energia. Além disso, elas buscam evitar o desperdício de matéria prima e o uso de insumos tóxicos nos processos de fabricação dos componentes. A TI Verde também propõe ações de reciclagem e de destinação final de resíduos e equipamentos com maior durabilidade.

Segundo Maurício Brito, presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia de Informação do Ceará (Assespro-CE), as ações não se concentram apenas nas atividades de produção de uma empresa.

“Do ponto de vista do ambiente interno das empresas, há uma preocupação com a qualidade de vida dos funcionários e com a promoção da cultura de preservação dos recursos naturais. Isso é muito positivo, pois já é crescente a quantidade de clientes que buscam empresas comprometidas com a sustentabilidade do planeta”, afirma o presidente da Assespro-CE.

Enquanto grandes empresas do país já possuem ações concretas nessa área, as pequenas e médias empresas ainda estão no processo de implantação desse conceito. “Motivados por índices criados nas bolsas de valores, algumas grandes empresas brasileiras já tratam sistematicamente de suas ações ‘verdes’. Porém, no contexto das pequenas e médias empresas a adoção é gradual e com maior foco na promoção da cultura de sustentabilidade junto aos seus colaboradores e fornecedores”, diz Maurício Brito.

O presidente da Assespro – CE ainda acredita que a demora para a adesão mais massiva das empresas se deve à lentidão em adotar novas práticas e valores culturais na rotina produtiva de uma organização. No entanto, o próprio cidadão se torna um incentivo para a implantação de ações mais sustentáveis.

“Ainda são isoladas as iniciativas públicas de incentivo a adoção da TI Verde. Porém, o próprio cidadão consumidor de produtos e serviços está, a cada dia, mais sensível aos problemas do meio ambiente, sendo portanto, um forte motivo a adoção de práticas ‘verdes’ pelas empresas”, completa.

Entre as ações de TI Verde, uma vertente que tem se destacado é a de eficiência energética já que, além de promover medidas ambientalmente mais sustentáveis, as empresas que adotam as práticas propostas tendem a ter significativas reduções de custo com energia elétrica.

Felipe Bastos, engenheiro da área de eficiência energética da Eletrobras, acredita que um dos principais responsáveis pelo gasto excessivo de energia são os CPDs (Centro de Processamento de Dados). “O custo da energia que um CPD demanda é algo muito relevante, pois os equipamentos de TI em datacenter consomem muita energia elétrica, emitem muito calor e demandam uma forte refrigeração”, afirma o engenheiro que tem atuado em um grupo de trabalho dentro da Eletrobras que busca alcançar um melhor desempenho energético nos CPDs da empresa.

De acordo com o engenheiro, há estimativas de que, atualmente, CPDs consomem cerca de 2% de toda a energia elétrica nos Estados Unidos. No Brasil, o consumo de energia elétrica de CPDs tem crescido também de forma significativa e, segundo a Instituição Datatacenter Dynamics, estima-se que o investimento do país em Datacenter vai aumentar em 17% em 2015, passando de US$ 6 bilhões.

Segundo Felipe Bastos, os três principais motivos que levam as empresas a não adotarem práticas de eficiência energética em CPDs são: a prioridade pelo desempenho em detrimento do consumo; a aversão ao risco – o responsável, caso acredite que as medidas adotadas possam comprometer a disponibilidade ou desempenho do CPD, pode criar resistência e não adotá-las -; e a falta de conhecimento específicos do tema.

A grande quantidade de CPDs ineficientes também é ocasionada pelo fato de que muitas empresas não têm controle do quanto se consome de energia elétrica com essas operações e a redução de custo que teriam caso adotassem práticas mais eficientes.

“O indicador mais utilizado na área é o PUE – Power Usage Effectiveness, que é a razão entre a potência média consumida pela instalação de TI, refrigeração, iluminação, etc, dividida pela potência média apenas equipamentos de TI. Quanto mais próximo de 1,0 melhor será a eficiência do datacenter”, diz Felipe Bastos.

Menciona ainda que a adoção de algumas práticas promovidas pelo conceito de TI Verde podem garantir uma redução de gastos com energia elétrica para a empresa. “As ações de eficiência energética podem ser obtidas principalmente através de adequações no ar condicionado, gerenciamento da circulação de ar quente e frio e através de gestão de TI, implementando ações como: virtualização, consolidação de servidores e desativando servidores que não são mais necessários ou muito ineficientes”, finaliza.

Sobre Alexandre Lara

Alexandre Fontes é formado em Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção pela Faculdade de Engenharia Industrial FEI, além de pós-graduado em Refrigeração & Ar Condicionado pela mesma entidade. Desde 1987, atua na implantação, na gestão e na auditoria técnica de contratos e processos de manutenção. É professor da cadeira de "Operação e Manutenção Predial sob a ótica de Inspeção Predial para Peritos de Engenharia" no curso de Pós Graduação em Avaliação e Perícias de Engenharia pelo MACKENZIE, professor das cadairas de Engenharia de Manutenção Hospitalar dentro dos cursos de Pós-graduação em Engenharia e Manutenção Hospitalar e Arquitetura Hospitalar pela Universidade Albert Einstein, professor da cadeira de "Comissionamento, Medição & Verificação" no MBA - Construções Sustentáveis (UNIP / INBEC), tendo também atuado como professor na cadeira "Gestão da Operação & Manutenção" pela FDTE (USP) / CORENET. Desde 2001, atua como consultor em engenharia de operação e manutenção.
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