Perspectiva é que uma a cada 10 pequenas construtoras encerre operação

Fonte: Corenet Global – Brazil Chapter (Notícias)

Atenção ao caixa, operações virtuais e até fusão de grupos menores estão entre as medidas que o pequeno e médio construtor pode adotar para sair ileso à economia em desaceleração. Especialistas e empresários ouvidos pelo DCI apontam que, ano que vem, o mercado estará mais difícil e as chances das empresas menores serem ´engolidas´ pelas gigantes do setor aparecem como uma realidade palpável.

“Sobreviver a um mercado desafiador é mais complexo para as empresas menores. Menos capitalizadas, as empresas menores devem ter o dobro de planejamento para não ser pega de surpresa”, disse o professor de economia e doutor em planejamento e finanças para Pequenas e Médias Empresas (PME) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rubens Carvalho.

Na opinião do professor, uma a cada dez micro e pequena empreiteira deve fechar as portas no próximo ano. “Independentemente do cenário político, 2015 será marcado por redução no crédito. Sem o apoio dos bancos é mais complicado manter a operação funcionando”, explicou ele.

Para tentar fugir dessa margem de empresas que podem encerrar suas operações, o diretor geral da construtora pernambucana MNS, Rodrigo Souza, afirmou que as pequenas incorporações podem ser uma alternativa saudável. “Com a redução do crédito, apostamos nas pequenas obras, de reforma, assentamento, pintura e coisas menores”, disse ele.

Para conseguir clientes, a empresa contou com o apoio do Sebrae Pernambuco e criou um site onde o cliente consegue fazer on-line o orçamento da reforma. “Estamos finalizando o site para lançar em agosto. A ideia é que o cliente entre, escolha o que precisa reformar e já visualize o preço da obra”, diz Souza, que espera um incremento na casa de 30% nas obras de menor porte no próximo ano.

O investimento no site, segundo o executivo, ficou abaixo de R$ 15 mil. “O investimento foi pequeno e pode ser feito por uma empresa menor”, disse ele, lembrando que venda de serviços on-line vem crescendo bastante.

A empresa hoje conta com 25 funcionários fixos, além de outros 30 pedreiros que são chamados mediante a contratos. “Pegamos reformas também em escolas, hospitais, empresas. É um bom mercado uma vez que, sem condições de financiar novos imóveis, o cliente prefere investir em uma reforma no imóvel a trocar de propriedade”, disse.

Na opinião de Souza, muitas pessoas que buscam reformas em suas casas optam por comprar o serviço de uma empreiteira. “Fechar direto com o pedreiro, muitas vezes, acaba sendo mais oneroso ao consumidor, já que há várias quebras de contratos por não haver formalidade nesse tipo de obra. Com o site, nós conseguimos dar garantias de qualidade de serviço e prazo ao cliente”, detalha.

Em Santa Catarina, a solução encontrada por quatro pequenas empreiteiras foi a associação. Com o nome de 4 Construction, a empresa nasceu este ano. “Éramos quatro empresários do ramo da construção, e nenhum de nós estava conseguindo bons resultados”, disse um dos sócios da empresa, Evanildo Costa.

Segundo o executivo, a dificuldade de crédito e os meses ociosos entre em um trabalho e outro foram resolvidos com a criação de uma único grupo. “Juntos, temos mais força para pedir crédito, além disso, com as carteiras de clientes unidas, podemos colocar nosso pessoal para trabalhar o ano inteiro, sem fases ociosas”.

De acordo com o executivo, não houve corte de pessoal na junção das quatro empresas, apenas ajustes pontuais. “Reorganizamos nosso quadro de funcionários para que todos pudessem ser recolocados na nova empresa”, com isso a empresa projeta fechar o primeiro ano de funcionamento com faturamento de R$ 8 milhões. “Sozinhas, as empresas faturavam R$ 1 milhão ao ano. Será um grande avanço”.

Outra alternativa viável, de acordo com o professor da UFMG, são parcerias com órgãos públicos. “Contrato com prefeitura, por exemplo, é uma saída rentável. Com contratos fixos, a alternativa é boa para driblar a crise”, disse.

Para se candidatar a esse tipo de obra, no entanto, o empresário deve ficar atento às responsabilidades fiscais. “A empresa precisa estar com o nome limpo, além de estar com suas obrigações fiscais em dia para concorrer por esse tipo de empreendimento”, detalhou o professor.

RETOMADA

Na visão de Souza, passado um período mais difícil no primeiro semestre de 2015, as empresas que conseguirem se manter saudáveis devem encontrar um mercado melhor no segundo semestre, com a perspectiva de equilíbrio no setor em 2016. “O mercado vem passando por um processo de reestruturação em busca do equilíbrio entre oferta e demanda. Isso é natural neste mercado. A perspectiva é que, com um mercado realista e condizente com a realidade brasileira, as empresas consigam se organizar para planejar crescimento”, disse.

Avatar de Desconhecido

About Alexandre Lara

Alexandre Fontes é formado em Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção pela Faculdade de Engenharia Industrial FEI, além de pós-graduado em Refrigeração & Ar Condicionado pela mesma entidade. Desde 1987, atua na implantação, na gestão e na auditoria técnica de contratos e processos de manutenção. É professor da cadeira de "Operação e Manutenção Predial sob a ótica de Inspeção Predial para Peritos de Engenharia" no curso de Pós Graduação em Avaliação e Perícias de Engenharia pelo MACKENZIE, professor das cadairas de Engenharia de Manutenção Hospitalar dentro dos cursos de Pós-graduação em Engenharia e Manutenção Hospitalar e Arquitetura Hospitalar pela Universidade Albert Einstein, professor da cadeira de "Comissionamento, Medição & Verificação" no MBA - Construções Sustentáveis (UNIP / INBEC), tendo também atuado como professor na cadeira "Gestão da Operação & Manutenção" pela FDTE (USP) / CORENET. Desde 2001, atua como consultor em engenharia de operação e manutenção.
Esta entrada foi publicada em Artigos Diversos e marcada com a tag , . Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário