A copa do crescimento (!)

Eu confesso à vocês que estive verdadeiramente “saturado” por esta imersão quase insana em um ambiente gerado pela suposta “Copa das Copas”, jargão este lançado pelo nosso atual governo, com um evidente viés político.

Fiquei abismado ao ver em noticiários torcedores chorando ontem ao presenciar, fosse ao vivo ou através de um veículo de comunicação, a derrota da seleção brasileira para a Alemanha, por uma razão mais do que óbvia para quem assistiu a partida.

Apesar de torcedor do futebol que sou, sempre apostei no crescimento e amadurecimento de nosso povo com a realização desta copa, tanto pelo lado político, quanto pelo lado referente a infraestrutura e hospitalidade, uma vez que tivemos sim a oportunidade de sentir-nos como NYC e Paris (guardando as enoooormes proporções), ao recebermos tantos turistas, de tantos locais diferentes.

Em relação ao amadurecimento político, acho que somente as urnas dirão, pois ainda vejo com muita dificuldade a “libertação” frente aos “favorecimentos” e “produtos de cunho extremamente eleitoreiros”, que fazem infelizmente a “diferença” em algumas regiões de nosso país.

Em relação ao crescimento e evolução de nossa infraestrutura, ainda acho que falaremos muito sobre este assunto, pois como um viajante que sou, ainda enxergo uma relação que “não fecha”, ou melhor, muitos gastos para obras de má qualidade técnica e acabamento em aeroportos e infraestrutura que favoreça a mobilidade urbana.

Por fim, quanto à nossa hospitalidade, lembro-me bem de uma expressão dita ontem ao final do jogo pelo ex-atleta Ricardo Rocha, quando citou que precisaríamos parar de acreditar que temos um jeitinho só brasileiro e que resolveremos tudo, à qualquer momento… É lógico que ele citou isto se referindo ao futebol, mas aproveito o seu gancho para refletir…

Será que ser simpático e receptivo nos eleva à uma categoria de povo desenvolvido neste aspecto? Além da alegria e de “nossas ferramentas de marketing pelo mundo a fora” (futebol, samba, mulheres bonitas, etc…), será que não precisamos nos aculturar mais, nos politizarmos mais,  nos tornarmos um povo adulto e menos apoiado no “tal jeitinho”?

Desculpem-me leitores por usar este espaço para falar um pouco de política, mas eu realmente desejo que possamos crescer com esta Copa, independentemente do resultado, pois isto faz parte do esporte. Fui contrário à sua realização desde o início, haja vista o enorme leque de outras demandas e necessidades que temos e que mereceriam o investimento direcionado à Copa.

Não existe vergonha e sim, a necessidade de acordarmos para a vida, para o mundo que passa por diversas “crises” neste momento, e para a necessidade de cobrar os nossos governantes quanto à conclusão do que foi iniciado e quanto ao direcionamento de seus esforços para as nossas carências em infraestrutura, trabalhando por um Brasil melhor.

Esta sim é “a bola da vez”.

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About Alexandre Lara

Alexandre Fontes é formado em Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção pela Faculdade de Engenharia Industrial FEI, além de pós-graduado em Refrigeração & Ar Condicionado pela mesma entidade. Desde 1987, atua na implantação, na gestão e na auditoria técnica de contratos e processos de manutenção. É professor da cadeira de "Operação e Manutenção Predial sob a ótica de Inspeção Predial para Peritos de Engenharia" no curso de Pós Graduação em Avaliação e Perícias de Engenharia pelo MACKENZIE, professor das cadairas de Engenharia de Manutenção Hospitalar dentro dos cursos de Pós-graduação em Engenharia e Manutenção Hospitalar e Arquitetura Hospitalar pela Universidade Albert Einstein, professor da cadeira de "Comissionamento, Medição & Verificação" no MBA - Construções Sustentáveis (UNIP / INBEC), tendo também atuado como professor na cadeira "Gestão da Operação & Manutenção" pela FDTE (USP) / CORENET. Desde 2001, atua como consultor em engenharia de operação e manutenção.
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