Divulgação CORENET Brazil
06/05/2014
Autor: Chiara Quintão
Fonte: Valor
A retomada de reajustes de aluguéis de escritórios comerciais em patamares acima da inflação só deverá ocorrer em 2016, de acordo com o diretor financeiro e de relações com investidores da BR Properties, Pedro Daltro. “Estaremos muito satisfeitos se os preços acompanharem a inflação neste ano e no próximo. Reajustes acima da inflação serão possíveis quando houver menos oferta”, diz Daltro.
O executivo afirmou que, apesar de o mercado não estar aquecido como ocorria em 2012, ainda existe demanda por locação. Considerando-se todos os segmentos de atuação da BR Properties – escritórios, galpões e imóveis para o varejo -, a empresa encerrou o primeiro trimestre com vacância financeira de 8,1%, ante 8,9% um ano antes. A vacância física teve leve queda de 4,7% para 4,6%.
Apesar de ter vendido seu portfólio do segmento industrial para a Global Logistic Properties (GLP) Brasil, a BR Properties adquiriu um galpão no primeiro trimestre. “Compramos um galpão, apesar de termos vendido todos os outros. Foi uma aquisição oportunista”, conta Daltro. O galpão foi comprado por R$ 60,5 milhões, valor que inclui os investimentos a serem feitos até a entrega, prevista para julho.
A BR Properties ainda aguarda a avaliação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a operação de venda do portfolio de galpões para a GLP.
Segundo o executivo, a BR Properties gostaria de ter mais clareza do cenário macroeconômico antes de fazer novas aquisições. Mesmo com o ritmo de locação de imóveis mais lento, o preço dos ativos não mudou, o que torna as aquisições menos atrativas, conforme o diretor de relações com investidores. Ele disse não estar preocupado com os segmentos de atuação da companhia, “desde que a economia ande no mesmo ritmo em que está”.
No primeiro trimestre, a BR Properties teve lucro líquido de R$ 59,47 milhões, 35% a menos do que no primeiro trimestre do ano passado. A retração resultou, principalmente, de ganho não caixa no valor justo das propriedades para investimento em valor inferior ao registrado nos três primeiros meses de 2013.
A receita líquida aumentou 3%, para R$ 232,86 milhões. Segundo Daltro, a receita de locação poderia ter crescido mais se a companhia não tivesse vendido mais de R$ 500 milhões em ativos no ano passado. As despesas gerais e administrativas (sem considerar despesas com vacância e plano de opções) cresceram 14%, para R$ 20,7 milhões.
A geração de caixa medida pelo Ebitda teve queda de 8%, para R$ 240,13 milhões.
O resultado financeiro líquido teve retração de 10%, para R$ 120,78 milhões. No fim do primeiro trimestre, a dívida líquida da BR Properties era de R$ 4,75 bilhões, 3% superior à do final de dezembro de 2013. A dívida bruta era de R$ 5,56 bilhões, e o caixa, de R$ 814,47 milhões.