Tenho de implantar a manutenção em uma infraestrutura recém instalada / construída – por onde começar?

Por Alexandre M. F. Lara

Primeiramente, a implantação de um sistema de manutenção deverá se pautar em temas ou condições de extrema relevância em busca do sucesso em seu departamento ou empresa, sendo estes:

Vejam que a compreensão sobre os sistemas e instalações embarcadas no empreendimento será de fundamental importância para o desenho da operação e também de sua manutenção, ou melhor, para a escolha da melhor estratégia a ser utilizada.

Com a mesma importância, compreender as características e demandas operacionais do ocupante da edificação lhe possibilitará identificar, entre a infraestrutura provida na instalação, quais são os pontos ou sistemas de grande relevância ou impacto operacional, caso venham a falhar.

Neste contexto, tanto a análise crítica de projetos, databooks, memoriais descritivos e de operação e manutenção, quando a realização de uma anamnese com os steakholders do processo ou projeto serão necessárias para que se direcione o desenvolvimento dos trabalhos, incluindo:

  • Para a estruturação de seu processo de PCM:
    • Levantamento dos ativos e suas informações relevantes ao cadastramento;
    • Compreensão dos sistemas, sua função e performance esperadas (pelo projeto) e confirmadas (através da documentação de comissionamento entregue);
    • Identificação de eventuais “gargalos” ou potenciais riscos para a operação, envolvendo:
      • Anomalias de instalação;
      • Quastões envolvendo o contingenciamento previsto e implantado;
      • A manutenibilidade ou acesso adequado / seguro para a manutenção de sistemas e equipamentos;
    • O agrupamento necessário de sistemas (ativos, principais componentes) para uma adequada atuação da área de manutenção;
    • Definição de função e parâmetros requeridos para o acompanhamento dentro dos resultados;
    • Levantamento dos requisitos de manutenção ou planos de trabalho recomendados para estes sistemas e ativos;
  • Para a elaboração de documentação específica de operação:
    • Identificação dos sistemas e seus requisitos / sequências operacionais e parâmetros, a partir da documentação entregue pela instaladora;
    • Identificação da eventual necessidade de treinamentos específicos com fabricantes;
    • A elaboração de Planos de Operação ou dos conhecidos POPs;
    • Análise quanto a possibilidade de adicionar a tecnologia de realidade avançada na estruturação de tais procedimentos;
    • Estruturar o treinamento das equipes, assim como a política de multiplicadores para a reciclagem periódica.

Estas análises acima fornecerão uma base segura para uma adequada estruturação de sua área de manutenção em um novo empreendimento ou instalação.

No entanto, há de se observar a importância do volume de horas técnicas para o correto dimensionamento dos recursos humanos, e até mesmo de serviços especializados, para a composição de suas equipes de trabalho.

No que diz respeito as tarefas e planos de trabalho para a manutenção preventiva, preditiva ou proativa de sistemas e ativos, o planejador poderá se utilizar de sua experiência para a atribuição de horas técnicas por profissionais da manutenção, baseando-se nos planos de trabalho (atividades e frequências) previamente desenhadas.

Para a manutenção corretiva, pode-se adotar um volume estimado com base em taxas de falhas para ativos e sistemas similares, para que seja futuramente ajustada a partir do da volumetria histórica gerada. Esta estimativa deverá considerar a experiência do time de planejamento e auxiliará na ocorrência de um menor desvio possível sobre a volumetria de atividades preventivas.

Entretanto, um importante ponto a ser também analisado diz respeito a característica da operação quanto ao atendimento de usuários para solicitações diversas, no dia a dia. Neste caso, será importante extrair do usuário da edificação a sua volumetria histórica, a fim de que seja ponderada sobre a nova infraestrutura, e incluida no processo de dimensionamento.

Notem que a experiência dos profissionais envolvidos será uma “peça-chave” neste processo, ainda que seguindo o roteiro e cuidados acima.

Trataremos em nossos próximos posts alguns subtemas que detalharão o trabalho de planejamento e controle da manutenção.

Uma ótima leitura!

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About Alexandre Lara

Alexandre Fontes é formado em Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção pela Faculdade de Engenharia Industrial FEI, além de pós-graduado em Refrigeração & Ar Condicionado pela mesma entidade. Desde 1987, atua na implantação, na gestão e na auditoria técnica de contratos e processos de manutenção. É professor da cadeira de "Operação e Manutenção Predial sob a ótica de Inspeção Predial para Peritos de Engenharia" no curso de Pós Graduação em Avaliação e Perícias de Engenharia pelo MACKENZIE, professor das cadairas de Engenharia de Manutenção Hospitalar dentro dos cursos de Pós-graduação em Engenharia e Manutenção Hospitalar e Arquitetura Hospitalar pela Universidade Albert Einstein, professor da cadeira de "Comissionamento, Medição & Verificação" no MBA - Construções Sustentáveis (UNIP / INBEC), tendo também atuado como professor na cadeira "Gestão da Operação & Manutenção" pela FDTE (USP) / CORENET. Desde 2001, atua como consultor em engenharia de operação e manutenção.
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