Em recente comunicação do CREA, os seus formulários voltaram à contemplar a responsabilidade técnica por projetos arquitetônicos para engenheiros civis, fato este embasado em uma nova decisão da justiça, ou seja, inicia-se uma nova etapa desta verdadeira “queda de braço”…
Apesar de minha formação em engenharia, sempre fui adepto ao ditado “dos antigos” que diz “cada macaco no seu galho”…, pois existem diferentes níveis ou patamares de experiências e competências.
Recentemente, pude ouvir de alguns congressistas no Green Building Brasil 2014 a importância do arquiteto no processo de sustentabilidade, ou melhor, no que se refere ao desenho e projeto de uma edificação sustentável. Na realidade, tudo começa pelo projeto arquitetônico, bastando para tal olhar a sua importância dentro das simulações energéticas que são elaboradas.
É evidente que isto requer expertise, vivência e o uso de lissões aprendidas por parte do arquiteto, o que não poderá jamais ser avaliado ou descartado ao considerarmos apenas a formação, de forma bastante genérica e simplória. É justamente neste sentido que considero a existência de falhas ao discutirmos este tema ou esta atribuição apenas no que se refere a formação, sem que levemos em conta os outros 3 fatores acima.
Na minha humilde visão, trata-se apenas de mais uma etapa na “queda de braço” entre CAU e CREA, ainda que sem uma aparente lógica.
Ao invés disto, ou melhor, deste tempo despendido com este assunto, lamento que outras barbáries continuem acontecendo sob os olhares “míopes” destas entidades, haja vista que vemos no mercado arquitetos e engenheiros formados em diversas modalidades, especificando, gerenciando e “validando” processos de comissionamento em instalações.
Ao contrário de atuarem com agentes de comissionamento necessariamente formados nas diversas competências e atribuições técnicas, o que não é somente especificado/estabelecido em normas técnicas, mas também em leis que pautam o desempenho de suas atividades, o mercado de comissionamento “transborda” com profissionais e empresas que atuam em um modelo “multifuncional“, designando arquitetos e engenheiros para que acompanhem e validem processos de comissionamento nas modalidades de envoltória, elétrica, AVAC, hidráulica, e assim por diante…
Será que não estamos desfocados neste sentido? Será que os órgãos responsáveis pela fiscalização destas atribuições profissionais não precisariam rever as suas pautas de discussão?
Até lá, não tenho dúvidas de que continuaremos a ver entregas de instalações em estádios de futebol, em edifícios comerciais e em outros tipos de empreendimentos, com o aval ténico de arquitetos e engenheiros, todos com atribuições incompatíveis ao trabalho que desempenham.
Vejam aqui neste link a matéria / informação divulgada pelo CREA SP.