Há muitos anos, fui apresentado em um evento à um ilustre engenheiro, autor de várias publicações e que teve uma importância participação na discussão (década de 60, se não me engano) sobre a despoluição do Rio Pinheiros em SP.
Naquele dia, eu me convenci ao ouvir aquele senhor, sobre ser “nata” a ignorância e a falta de cultura para um planejamento à médio e longo prazo entre nós brasileiros…
O fato é que já se discutia no final da década de 50 e início da década de 60 a necessidade e os métodos de despoluição, propostas estas apresentadas por especialistas ao então governo, que certamente não julgou ser uma proposta relevante para o seu plano de gestão e investimentos…
Bom, como resultado, quem mora próximo ou passa frequentemente às margens do Pinheiros, sabe que temos em SP um esgoto à céu aberto…
Mudando o assunto de “pato para ganso”….
Li esta manhã uma pequena divulgação do PROCEL sobre uma tese de mestrado de uma engenheira, abordando a possibilidade de ampliarmos a geração de energia com a “reengenharia” de usinas existentes, ou seja, com um custo / investimento infinitamente menor do que iniciar uma nova construção.
Vejam o artigo abaixo retirado do “PROCEL Info de 16.05.2014):
Fonte: Revista Planeta – 01.05.2014
Brasil – O Brasil poderia gerar 11 mil megawatts de potência elétrica (quase uma Belo Monte) simplesmente reformando as hidrelétricas já instaladas, propõe a engenheira Elisa de Podestá Gomes. Em sua tese de mestrado defendida na Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp, Gomes diz que a repotencialização (modernização da estrutura de geração com a adoção de novos equipamentos) ampliaria em 6 mil MW a potência de 43 usinas erguidas há 30 anos. Outros 5 mil MW viriam do aproveitamento de 12 “poços” (os espaços no muro da barragem deixados para a instalação de geradores não instalados), identificados em 12 hidrelétricas no país. Vantagens da ideia: custos incomparáveis aos de uma nova construção e muito menor impacto socioambiental. Basta de desperdício.
Será que vamos novamente deixar passar o tempo, investindo milhões em novas usinas e deixando de explorar melhor a infraestrutura que temos???
…Realmente, torna-se difícil esperar por uma resposta apropriada em um país como o nosso, onde não se consegue enxergar e assumir erros como a construção de “elefantes brancos” para a copa do mundo, ao custo de pequenos palácios…