Vejam um outro artigo, elaborado pelo colega Marcos Casado, no qual aponta a importância para a operação de empreendimentos sustentáveis, a fim de que os resultados projetados ainda na etapa de projeto possam ser atingidos.
Independentemente do custo de um novo projeto e sua construção, sabe-se que os custos operacionais (operação e manutenção) correspondem à maior parcela dentro do Ciclo de Vida de um empreendimento (entre 70% e 85%).
04 mar 2014 | 10h23
Publicado pela GREEN NEWS
Engº Marcos Casado | Sustentech
Energia: Edifícios comerciais rumo à eficiência
As economias emergentes devem ser responsáveis pelo consumo de dois terços de toda a energia do planeta em 20 anos. É o que garante a Agência Internacional de Energia, com base em previsões que apontam um crescimento acentuado na atividade global de construção na próxima década em países como Brasil, China e Índia. Conjuntamente, esse grupo de países deve ser responsável por cerca de um terço da atividade global de construção em 2025.
Soma-se a estas perspectivas futuras de consumo energético o cada vez mais alto custo da energia. O déficit hídrico, que vem marcando o início deste ano, comprometeu o abastecimento de energia hidrelétrica e exigiu que o governo ativasse a energia térmica de reserva, gerada a partir da queima de combustíveis fósseis, elevando os custos para as distribuidoras que, mais cedo ou mais tarde, chegarão às contas dos consumidores.
Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o nível dos reservatórios que abastecem as usinas hidrelétricas está menor que em 2001, quando consumidores comerciais e residenciais precisaram reduzir em 20% o consumo de energia. Embora o governo afirme que os investimentos em energia térmica complementar garantiram melhor infraestrutura para enfrentar cenários extremos, a conta de luz teria que subir 15% na ponta de consumo para cobrir os custos das térmicas caso o Tesouro decida arcar com metade destas despesas.
Em um mercado em constante efervescência, é impossível ignorar as vastas oportunidades de melhorar o desempenho do elevado estoque de edifícios comerciais antigos em todo o mundo por meio de projetos voltados a uma reforma estrutural, como é o retrofit, tendo como base modelos de serviços que permitam aos proprietários e usuários gerenciar os custos operacionais e de energia.
No Brasil, os edifícios respondem por cerca de 45% do consumo anual de energia de todo o país. Os avanços tecnológicos e de soluções de engenharia tem permitido uma ampla gama de soluções para os mais variados tipos de empreendimentos, valendo-se da grande oportunidade de reverter opções ultrapassadas em sistemas de consumo eficiente, além de investir em novas tecnologias pensando nos projetos que estão por vir. Hoje já realizamos na fase de projetos, diagnósticos de avaliação do desempenho energético em edifícios comerciais e residenciais existentes ou ainda em construção, onde é possível identificar, comparar e implementar soluções e estratégias que proporcionem a redução do consumo e o uso racional de energia para diferentes tipos de empreendimentos, antecipando-se aos impactos de um aumento de tarifa ou restrição de consumo.
Outra possibilidade a realização de estudo de fontes alternativas de energias renováveis possíveis, que podem ser geradas localmente, diminuindo a carga na distribuição e transmissão das mesmas.
De acordo com o Instituto Europeu de Energia e Transportes, edifícios de alto desempenho (ou inteligentes) consomem de 20% a 30% menos energia e operam com custos até 50% menores em relação a edifícios convencionais – desde que sejam corretamente operados e mantidos. Esse é o motivo para acreditar e sempre buscar a inovação quando pensamos em construção sustentável. Irremediavelmente, o futuro do setor passa por aqui.
Em um planeta faminto por energia, melhorar o desempenho dos edifícios comerciais pode ser o pontapé inicial para avançar em iniciativas de eficiência energética, independentemente da localização.

Por favor, sempre faça referência à fonte de onde você está copiando.